LU ARTÍSTICO

Sinto dores em mim,  no corpo, profunda,  nas juntas de marfim.  Quisera ser um gigante,  mas não.  E num sonho delirante  quando acordo esqueço  e de novo retorno  de volta ao começo.

Meus olhos vidrados  Naquele reflexo reluzente  Tão vívido quanto a realidade  Tão ilusório quanto a própria dor  Tão logo eu chegar  Em algum lugar  Qualquer lugar  Vou sossegar meu coração  Para nele mirar  Algum outro reflexo no mar

O meu azul é só meu  como o vermelho é só teu  porque é meu o olhar  com seus desvios  seus estreitos  São meus os sentimentos  preconceitos e lamentos  São cores e mais cores  e a luz do luar vem de ti  objeto que não se pode alcançar  refletindo em mim  apenas o desejo de te encontrar  Mas somos como quadros  na mesma parede  pinturas diferentes  que não podem se tocar

Quanto mais meus ossos aguentarão  até que eu caia de joelhos?  Quanto tempo mais  minha carne se manterá firme  até que eu desmorone?  O tempo não pertence a mim!  É emprestado  às vezes roubado  e não espera  nem a mim, nem a ninguém  Ele passa tal qual lua cheia  em ciclos de maré baixa  e às vezes de pirraça  demora a trazer meu bem  Outras vezes num rompante  emburra e me toma alguém  Ah, ente inconstante  Mesmo quando tudo parece ser  exatamente como era antes  é fato que nada é certo  e dele tudo depende  se e quando finda  nosso intacto presente

Chovia, mas não estava frio. Nada a fazer, a não ser ficar em casa vendo televisão. De repente me dei conta de que era Dia de Finados, um feriado nacional dedicado àqueles que chegaram ao fim, que se foram, que morreram. É claro que sempre lembro daqueles os quais perdi, mas no Dia de Finados é impossível não lembrar. E por que será que sempre chove nesse dia? Um dia chuvoso nos faz ficar um tanto melancólicos. Comecei a pensar em quem gostaria que viesse do além para o almoço. Meus sogros, talvez? Com certeza seria bem divertido, eles iriam comer muito, beber muito, rir muito e por fim meu sogro armaria uma enorme briga por motivo nenhum, e depois de deixar todo mundo bastante irritado, diria: "Beijinho, beijinho." Quem sabe meus avós maternos? Esses gostavam mesmo de mim. Minha avó iria elogiar a comida e meu avô iria perguntar pelo mingau de fubá, reclamar que tinha pouca carne no feijão, sendo repreendido imediatamente pela minha avó. Poderia ser meus avós paterno

É, gente, ser poetisa não é nada fácil. Afinal, não é todo mundo que partilha os sentimentos mais profundos se debruçando sobre alguns versos. Esse ato acontece de modo quase inconsciente, sem premeditação. A poesia te toca, ou não. E como explicar? Ah, isso tornaria a vida do Djavan um verdadeiro inferno. Meu marido é um grande incentivador, mas confesso que às vezes ele me olha com aquela cara de "não entendi nada", e reclama pelo fato das minhas poesias serem muito curtas - ora, eu sou poetisa não uma apóstola, se é que existe essa palavra. Mas tudo bem, tenho certeza de que não agrado a todos. Explicar o sentido de uma poesia é como discutir a relação: Eu nunca tive paciência pra isso. Primeiro que o homem e a mulher são seres tão diferentes, que me admira serem da mesma espécie. Ambos tem maneiras tão próprias de sentir que é quase impossível discutir a reação de cada um diante de uma situação. Acho que o ponto é se há uma razão, porque a pessoa pode estar certa ou

E se o que eu tenho não basta  E se a felicidade é farsa  Contada e repetida  Porém nunca atingida  E se de todos os vazios  O maior fosse o amor  Um grande vácuo nas artérias  Dessas máquinas de pulsar  E se de fato os sentidos  Fossem pura ilusão  Sentir-me-ia bem melhor  Por ter nenhuma emoção

Pedra, papel ou tesoura  Não rio à toa  Também não choro, não  Se a vida é boa  Há quem diga  Nas rodas, na esquina  Num paço qualquer  Mas o bom da vida  É simplesmente viver  Pedra, papel ou tesoura  Não duvide  A vida é boa

Gente, a resposta é sim! Há locais no nosso cérebro onde os neurônios continuam nascendo, principalmente no hipocampo, que é responsável pelo processo de aprendizagem, tendo relação com a memória. Mas para que eles se mantenham vivos é necessário que os alimentemos, não com drogas, mas com informações novas. E se você é preguiçoso, pode botar a preguiça de lado e começar a se mexer, pois uma das coisas que contribuem para que esses neurônios sobrevivam fortes e saudáveis é exercício físico. Isso mesmo, correr, nadar, dançar, seja o que for, mexer o corpo é bom para a mente. Outra coisa muito importante: Aprender requer certa técnica. Eu sou o que podemos chamar de "cachorro velho", pois estou afastada do mundo acadêmico há muito tempo, mas recentemente resolvi voltar a estudar e comecei um curso online no site da Coursera , oferecido pela Universidade da Califórnia, São Diego , que trata exatamente de como aprender. Ótimo! Recomendo! Mas vamos voltar ao assunto. O que a

Se eu fosse um bicho,  seria um queijo.  Mas queijo não é bicho, não!  É cheiro.  Se eu fosse uma flor,  seria um coqueiro.  Mas flor não dá coco, não!  Dá pelo.  Macaco, leão ou cordeiro?  Se eu fosse um deles,  seria apenas eu.

Não há quem não diga: Nossa o tempo voa, passa rápido demais! E passa mesmo. Eu sei, você sabe e a cada dia somos consumidos por esse relógio voraz que com sua fome já comeu o doze e parece ter apenas vinte e três horas agora. A passagem veloz do tempo nos deixa atordoados e se não nos agarrarmos à muita disciplina vamos deixando furos pelo caminho. Veja o meu caso: Tento postar nesse blog pelo menos uma vez por semana, e já estou em débito. Fico pensando o que é realmente importante nos dias de hoje onde perdemos um tempo enorme no ir e vir do trabalho, na tentativa desesperada de encontrar um programa que preste na televisão apertando sem parar os botões do controle remoto, à frente do computador, e mesmo com o maldito "zumbifone" - sim porque esse é o maior ladrão do nosso tempo. A essa minha indagação, tenho comigo que a resposta é: Precisamos de uma lente, precisamos olhar a vida com atenção. Saber o que realmente importa e nos concentrarmos em uma coisa de cada ve

Só pode ser, gente, ou eu estou completamente doida ou logo, logo eu vou ficar. Eu sei que o objetivo desse blog é entreter, divertir, mas como pensar em diversão se a todo momento se ouve sobre as "tais" medidas propostas pelo governo para tornar a nossa vida ainda pior? Agora, que o governo queira arrancar o meu dinheiro, na mão grande, aumentando impostos, recriando a asquerosa CPMF, dentre outras coisas, eu entendo, pois estamos no Brasil, um país onde não há seriedade nem tampouco compromisso com a população, que é quem sustenta essa corja que aí está e se instalou e que parece não ter intenção alguma de largar o osso. Mas o que eu não entendo é como a imprensa parece tão conivente, tentando justificar essas medidas como se não houvesse outra solução, repetindo o discurso de um governo incompetente, irresponsável, sim, porque quando se apresenta um orçamento com um rombo desses, de 30 bilhões de reais... Que nome você dá a isso? Estão falando de humildade, sinceridade,

Gente, descobri algumas coisas interessantes essa semana. Vocês sabiam que existem dois modos diferentes de pensar? Pois é, são eles o modo focado e o modo difuso. Engraçado porque até então eu pensei que houvesse apenas o modo confuso de pensar. Mas isso acabou, dessa vez eu supero o trauma do MDC e do MMC. Estão lembrados? Matemática?... O fato é que todos temos a capacidade de aprender coisas novas a todo instante, mas isso vai ficando cada vez mais difícil com o passar da, não direi da idade, mas sim do tempo. E se nesse tempo, você negou ao seu cérebro a oportunidade de aprender, aí é que o bicho pega. Vou me confessar aqui, nesse dia tão especial para nós brasileiros que é o dia da nossa independência, sinto que meu cérebro está enferrujado. Se o cérebro precisa de exercício tanto quanto o resto do nosso corpo, digamos que eu tenho mais músculos nas pernas do que na minha mente. E olha que minha perna é fina. Pois é, é como eu disse, isso vai mudar. Não quero mais ter aquel

Provavelmente, vocês já devem saber que morreu hoje aos 82 anos, de câncer, o neurocientista e escritor britânico Oliver Sacks, quem não passou pelo mundo sem deixar sua marca. Ele foi autor de "Tempo de despertar" (1973) que foi adaptado para o cinema em 1990, aliás eu recomendo que assistam a esse filme com Robin Williams e Robert De Niro, também escreveu "O Homem que confundiu sua mulher com um chapéu" (1985) e "Um antropólogo em Marte" (1995). Enfim, um homem brilhante. Ele me inspirou e é pra ele que eu faço essa pequena homenagem: Até Breve  A quem partiu  sem que eu dissesse adeus  A quem, como o vento,  tocou a mim,  eu, uma poeira insignificante  levada adiante  por entrelinhas tão brilhantes,  percebo agora que  é a brevidade  o que une todos nós  Então, digo apenas até breve  ao bem-aventurado que parte  inspirando quem deixou pra trás.

"Este lugar está vago?" "Sim, claro" - disse a garota sorrindo enquanto retirava suas coisas do assento. "Com licença" - sentou-se o homem. "Desculpe" - complementou a moça. "Tudo bem." "É uma longa viagem para se fazer em pé" - disse a garota tentando ser simpática. "Com certeza. Ainda mais depois de um dia de trabalho." "Verdade" - concordou a moça e, depois de uma breve pausa, perguntou: "Se importaria se conversássemos um pouco? É que eu estou fazendo uma pesquisa para a faculdade sobre como é envelhecer." "Ah, você reparou?" "Reparou o quê?" "Que eu sou velho." "O senhor não é velho." "Mas você me chamou de senhor." "Por educação. Nós não nos conhecemos e o senhor, quer dizer, você é mais velho do que eu." "Está vendo, "mais velho" do que você." "Eu não quis dizer..." "Tudo bem"