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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Dormentes

Era dia de folga. Então resolvemos fazer um passeio de trem. Passar nosso tempo livre sempre juntos era algo que sempre gostávamos de fazer. Estávamos ansiosos para o passeio daquele dia, então chegamos cedo à estação. O acesso à área de embarque era por um elevador que deixava os passageiros já na plataforma. A estação estava mal iluminada e também o elevador. Não paramos sequer para um cafezinho, seguimos direto para a plataforma de embarque. Descemos de elevador acompanhados por um senhor de cabelos grisalhos. Não tínhamos bagagem, apenas uma maleta, e, assim que o elevador abriu a porta, o trem já estava na plataforma. Automaticamente, embarcamos o senhor e eu, mas parece que ela havia percebido que tínhamos esquecido a maleta no elevador. Foi o tempo dela olhar para trás e esticar o braço para pegar a maleta e, quando me dei conta, ela tinha ficado para trás. Desembarquei logo na estação seguinte, retornando para o ponto de origem, mas não a vi mais. Entrei em desespero.

Skyglory

Não tenho tempo, não mais. Como uma caneta velha já sem carga, não há nada a dizer. Não deixarei nenhuma marca, pois não me forçam a fazer. Desistiram de mim. Não há mais nada. Não há raiva. Não há rancor nem dor. Estou apagada. Esvanecida pelo esquecimento.

Ano Novo, Vida Velha

É incrível como ficamos ocupados no final do ano. Temos a sensação de que aqueles dias que antecedem o ano que está por vir não serão suficientes para darmos conta de todos os preparativos, de todas as resoluções que se acumularam nesse insuficiente décimo segundo mês. E pobre de quem nasceu nesse mês. O coitado passa despercebido, pois não há ansiedade em comemorar o aniversário de alguém uma vez que todas as expectativas estão na virada. Eu, por exemplo, nem postei no blog. Por quê? Estava ocupada, tentando resolver toda a minha vida em menos de trinta dias, claro. Mas aí vem o ano novo. E, como estamos no embalo, nos primeiros dias até achamos que tudo está diferente de verdade. Então, a tal da rotina chega e, duas semanas depois, cá estamos convencidos de que nada é tão fácil. Sabe aquele corte de cabelo novinho em folha que fizemos na tentativa de forçar uma mudança interna? Não surtiu efeito. Sabe aquela roupa nova totalmente diferente do nosso estilo? Também não deu certo.