Ano Novo, Vida Velha


É incrível como ficamos ocupados no final do ano.
Temos a sensação de que aqueles dias que antecedem o ano que está por vir não serão suficientes para darmos conta de todos os preparativos, de todas as resoluções que se acumularam nesse insuficiente décimo segundo mês.
E pobre de quem nasceu nesse mês. O coitado passa despercebido, pois não há ansiedade em comemorar o aniversário de alguém uma vez que todas as expectativas estão na virada.
Eu, por exemplo, nem postei no blog. Por quê? Estava ocupada, tentando resolver toda a minha vida em menos de trinta dias, claro.
Mas aí vem o ano novo. E, como estamos no embalo, nos primeiros dias até achamos que tudo está diferente de verdade. Então, a tal da rotina chega e, duas semanas depois, cá estamos convencidos de que nada é tão fácil.
Sabe aquele corte de cabelo novinho em folha que fizemos na tentativa de forçar uma mudança interna? Não surtiu efeito.
Sabe aquela roupa nova totalmente diferente do nosso estilo? Também não deu certo.
E tudo isso, porque mudar não é nada fácil. E com certeza não acontece nos últimos trinta dias do ano e nem com um visual novo.
É preciso uma decisão verdadeira, que normalmente só acontece quando passamos por um momento drástico, dramático mesmo. Porque aquela história de que se aprende por amor ou pela dor é pura bobagem, só se aprende pela dor. E é ela quem nos modifica, transforma, como se fosse um cinzel que nos fere para dar-nos forma.
Apesar de tudo, um ano novo sempre está por vir, de verdade, pois se optarmos verdadeiramente pela transformação, ela virá inevitavelmente.
Enquanto isso, ano novo vida velha.

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