Oh, Deus perdoe-me! Eu procrastinei hoje!


        E me envergonho.
        Na verdade nem tanto, pois até então achava que esse era apenas mais um dos meus defeitos, uma má conduta que me fazia ter o seguinte raciocínio: por que deixar para amanhã algo que você pode fazer depois de amanhã? 
        Mas há pouco tempo fiquei sabendo que a procrastinação é um distúrbio. E, como ter uma síndrome, um transtorno ou mesmo apenas um distúrbio qualquer está na moda, superei a vergonha e passei a ter a sensação de fazer parte de alguma coisa, ainda que essa coisa seja um grupo de pessoas, digamos, problemáticas.
        Nossa! Agora que parei pra pensar, será que devo me envergonhar? Pois seria bem melhor se a procrastinação continuasse sendo apenas um defeito meu.
        É, meu defeito. Um hábito horrível que venho cultivando durante todos esses anos. E ao qual, confesso, já estava acostumada. Agora, vou ter que rever os meus conceitos! Não posso aceitar ter um distúrbio! Daqui a pouco estou tomando remédios. Credo!
        É, mas isso dá um trabalho danado...
        Ai meu Deus, já estou procrastinando de novo!
        É, mas eu sou mais forte. Do que quem? Eu mesma?
        Nossa! Socorro!
        É, mas a vida é assim mesmo. Muitas vezes somos nós nossos maiores inimigos.
        Então, mesmo que você não seja alcoólatra, use uma das filosofias do AA , e repita para si no fim do dia: hoje eu não procrastinei.
        Você verá como sua vida pode mudar. É sério! Funciona comigo.
        Hoje eu não procrastinei. E não é que esse texto saiu.

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